VERGONHA ALHEIA
No outro dia um gajo perguntava-me se depois da cena de mandá-lo pró caralho que o foda por causa do roberto leal, não ia fazer o mesmo ou pior por causa do tony carreira. Tive de corrigi-lo... fiz aquilo antes da cena do roberto leal. Tanto que depois fiz outra posta com o roberto leal & filho. Quando chegou a cena do Tony até pensei: foda-se, what's the point? Não me vou juntar a eles por não poder vencê-los, pra quê dar importância? É mas é fazer que não é nada comigo….. mas custa.
Por isso é que nem consigo ler ISTO de princípio ao fim. Já sinto vergonha por mim também. Não só por eles. É a tal cena da vergonha alheia.
Por isso é que nem consigo ler ISTO de princípio ao fim. Já sinto vergonha por mim também. Não só por eles. É a tal cena da vergonha alheia.
3 Atoardas:
FerFer rules:
TEMPOS ANTES DA CELEBRAÇÃO
Ferreira Fernandes
Dois dos meus cronistas, Pacheco Pereira e Nuno Brederode dos Santos, não gostam de futebol. Eles atiram-se ao "futebol, futebol, futebol" que vai pelos telejornais. Eles aproveitam-se dos exageros de estágio (tempos da carne à jardineira almoçada pelos craques) para fustigar a essência da minha religião. Leio-os e sinto-me um daqueles exaltados de Damasco que queimaram queijos dinamarqueses depois dos cartoons de Maomé. Brincar com o meu Deco, mesmo em tempo de pousio, enerva-me: vou deixar de ler os meus cronistas preferidos até fim de Junho. Cristiano Ronaldo a elevar-se no golo ao Chelsea é melhor, mais mexido, do que aquele David à porta da Galleria degli Uffizi. Logo, que os repórteres o persigam quando a irmã o vai visitar, agrada- -me. Quero mais e melhor. Ele bebe quatro cervejas às escondidas como Matateu? Quando lhe pedem "quer dizer alguma coisa ao microfone?", ele diz: "Olá, microfone!", como Garrincha na final de 62? Dele, deles, quero tudo.
By Bada Bing, at 5:23 da tarde
Pois eu quero ir morar pra esta aldeia:
http://www.pt.cision.com/O4KPTWeb/ClientUser/GetClippingDetails.aspx?id=d45479b5-1673-4ffc-bece-0b7f2987ae9e&userId=20bb6b56-ec51-42d3-b11d-421913ecc5ae
By melga mike, at 5:00 da tarde
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CARTA ABERTA À IMPRENSA DESPORTIVA
João Miguel Tavares
jornalista
jmtavares@dn.pt
Cara imprensa desportiva:
D epois de eu ter engolido o Roberto Leal numa conferência de imprensa da selecção portuguesa sem que um único jornalista na sala questionasse os presentes sobre que raio era aquilo, decidi escrever-te esta carta. Há já bastante tempo que me interrogo porque se te funde o raciocínio sempre que a selecção nacional chega à fase final de uma competição importante. Acaso há alguma alínea na Constituição que obrigue um jornalista a deixar de fazer jornalismo quando confrontado com o bigode de Scolari? Não há. Só que o hino toca, o jornalista desportivo ouve o hino, o hino acaba, e aquela conjugação de acordes d'A Portuguesa provoca no jornalista desportivo uma imensa vontade de recuperar Olivença. Ora, se nenhum estudo científico deu como provado que o contacto com símbolos nacionais destrua a massa encefálica dos indígenas, como explicar este estranho ímpeto nacionalista, que tudo aceita e nada pergunta? É essa - como dizer educadamente? - saloiice, que ataca de modo particularmente agudo em europeus e mundiais, que eu gostava que tu ultrapassasses.
Quando a Federação Portuguesa de Futebol patrocina uma conferência de imprensa de louvor a Luiz Felipe Scolari abrilhantada por Roberto Leal e seu filho, o que tu tens a fazer não é pedir para Scolari dedilhar umas notas na guitarra enquanto Roberto canta de improviso uma versão homicida de Uma Casa Portuguesa. O que tu tens de fazer é perguntar se é suposto que a selecção sirva para polir o ego do seu treinador e promover os discos da família Leal. Uma Casa Portuguesa, ainda por cima, é toda ela "conforto pobrezinho do meu lar", grande defensora de um Portugal satisfeito com a sua menoridade. Não é brilhante mensagem para passar a jogadores, e muito menos para animar palestras. Além de que colar a selecção à música sofisticadíssima de Roberto Leal e Tony Carreira é pôr a imagem de Portugal ao nível da rulote das bifanas.
Eu aturo tudo. Aturo chusmas de directos. Aturo conferências de imprensa diárias. Aturo peladinhas cobertas à exaustão. Aturo a transformação de Viseu na capital do País. O povo gosta e as empresas que investem rios de dinheiro no futebol precisam de antena. O que já não aturo é que tu, imprensa desportiva, comprometas o teu bom-senso, imoles qualquer réstia de discernimento e deixes de saber distinguir o que está bem do que está mal, o que é falta do que não é falta, quem joga bem e quem não joga só porque à tua frente correm uns tipos vestidos de verde e vermelho. Sei que para ti cada europeu de futebol em que Portugal participe é como levar um alcoólico a uma prova de vinhos - tremendamente difícil manter a sobriedade. Mas, asseguro-te, não tem de ser assim. Há quem consiga apreciar a selecção e continuar com actividade cerebral. Vá lá. Tu também consegues.|
By melga mike, at 5:05 da tarde
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