CARTAS ABERTAS FOREVER!!!!
ATÉ UM DIA...
Comuniquei ontem ao presidente do Portimonense a minha decisão de não permanecer no comando técnico da equipa de futebol profissional do clube. Faço-o, não por razões de calculismo pessoal, numa altura em que as notícias apontam para uma eventual desintegração do futebol profissional do Portimonense. Pelo contrário, acho que o clube vai encontrar uma solução directiva credível e acredito que vai regressar à Liga Zon Sagres muito rapidamente.
A minha decisão tem a ver com outras razões, pessoais e de convicção de que fecho um ciclo no Portimonense. É verdade que não atingimos o objectivo da permanência, mas parece ser uma opinião consensual de que o teríamos conseguido se o campeonato tivesse durado mais três ou quatro semanas. O trabalho realizado permitiu que, pessoalmente, reabilitasse a minha imagem e da equipa, tornando o Portimonense, na segunda volta do campeonato, numa equipa do meio da tabela, numa classificação virtual apenas respeitante à segunda metade da época. Isso reflecte um pouco melhor a qualidade dos jogadores do Portimonense e que a minha decisão de aceitar um desafio tão difícil estava certa.
Fecha-se, portanto, um ciclo. Mas seria de uma ingratidão enorme da minha parte, fechá-lo sem reconhecer a importância de algumas pessoas, durante este curto mas estimulante percurso de meia época. Por isso, devo um agradecimento profundo ao presidente do clube, porque teve a coragem de apostar num treinador que tinha uma imagem negativa, criada intencionalmente por alguma imprensa. Sei que o fez, contra tudo e contra todos, o que reforça a sua decisão e a sua perseverança. O presidente, Fernando Rocha, distinguiu-se nessa decisão, porque agiu por convicção. Poucas semanas depois de eu ter assumido o comando técnico da equipa, numa altura em que os resultados não eram propriamente animadores, voltou a fazê-lo. Trata-se de um grande dirigente, de um grande amigo, mas sobretudo de uma grande pessoa.
Estendo os meus agradecimentos a um conjunto de pessoas que foram determinantes para que se criasse um ambiente harmonioso, profissional e de grande compromisso entre todos. O vice-presidente José Rebelo (coadjuvado pelo Dr. Silveira), dirigente que não conhecia e que foi de extrema importância para o plantel. Inexcedível, fantástico e decisivo. Um dos melhores dirigentes com quem trabalhei, em mais de vinte anos de treino e profissionalismo.
É também de fulcral importância realçar o papel do secretário-técnico, Amílcar Delgado, um elemento de grande qualidade humana e profissional onde a sua intervenção foi muito mais além do que aquilo que era as suas responsabilidades, do popular "Cruyff", o nosso roupeiro, que nunca faltou com nada aos jogadores e aos treinadores. Também é justíssimo realçar o desempenho do pessoal médico do clube, em especial o senhor José Manuel, massagista e um companheiro de todas as horas e por fim do nosso Hélder Correia homem que tudo fez para que o palco onde trabalhávamos e jogávamos se apresentasse nas melhores condições. Todos eles são peças insubstituíveis de uma equipa que, fora do campo, é vencedora, determinada e bastante unida.
Finalmente, a claque, os adeptos, os jogadores e a equipa técnica. A claque BiancoNero pelo grande apoio que deram á equipa, pela coragem, sacrifício e dedicação que sempre demonstraram, ficando bem patente nos milhares de kms que fizeram com prejuízo das suas vidas pessoais e profissionais apenas com o sentido de ajudar o grupo a alcançar os seus objectivos. Os restantes adeptos que me ofereceram, a mim e aos jogadores, uma das mais espectaculares imagens de que alguma vez terei memória. Um estádio quase inteiro a aplaudir a equipa e os seus treinadores, no final de um jogo onde o Portimonense acabaria por descer de divisão, embora vencendo-o. É algo que deixa uma marca profunda e que jamais esquecerei. Quanto aos jogadores, o que posso dizer é que são melhores do que muita gente pensa. E a sua grande vitória, foi terem conseguido demonstrá-lo. Tenho uma grande estima por eles e sei que esse é um sentimento recíproco. E sei que, no futuro, me voltarei a cruzar com alguns deles. Dificilmente, na minha carreira, voltarei a encontrar um plantel tão unido, tão solidário e com tanto carácter junto por metro quadrado. Á minha equipa técnica (Hélder Cristóvão, João Bastos, João Martins e Daniel Magalhães) pela competência, apoio e solidariedade que sempre demonstraram ao longo destes cinco meses de trabalho estando com o seu líder nos bons e maus momentos.
Obrigado a todos, mas especialmente obrigado ao Portimonense. Um clube que desceu, mas fê-lo com dignidade. Um clube que voltará a subir e a dar alegrias aos seus adeptos, porque é esse o destino de um clube de gente séria, humilde e competente.
Um grande abraço
Carlos Azenha
2 Atoardas:
Eu acho que não pode sair de Portmão sem participar num sketch do Moce dum Cabreste!
By Kispo, at 2:18 da manhã
AHAHAHAHA sem dúvida... uns têm nível para aparecer nos gatos ou no unas... outros têm que ficar pelo nível *regional*...
By melga mike, at 9:54 da manhã
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