E O BLOG CHAMA-SE...
"No dia 26 de Maio de 2004, uma “máquina de jogar futebol” montada por José Mourinho, venceu a competição de clubes mais exigente e difícil do Mundo: a Liga dos Campeões.
Nesse dia, o onze inicial azul-e-branco que entrou no relvado do Arena AufSchalke, incluía nove jogadores com a nacionalidade portuguesa: Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco.
Poucas semanas depois, realizou-se em Portugal o Europeu de futebol e, se assim quisesse, Luis Filipe Scolari poderia basear a Selecção numa equipa de top europeu – o FC Porto –, com provas dadas nos dois anos anteriores. Mais. Para além dos jogadores que se tinham acabado de sagrar campeões europeus de clubes, o seleccionador português tinha ainda à sua disposição Jorge Andrade, Rui Costa, Luís Figo, Simão Sabrosa, Pauleta e um jovem de 19 anos que começava a dar nas vistas em Manchester.
Ora, dispondo da base de luxo formada por Mourinho e com um lote alargado de jogadores de classe extra no auge da forma – Baía, Ricardo Carvalho, Maniche, Deco, Figo –, Scolari conseguiu a proeza de perder esse Europeu, disputado em casa (!), sendo derrotado duas vezes pela Grécia num curto espaço de quatro semanas.
Apesar de ter sido derrotado quando tinha tudo a seu favor, Scolari foi transformado em herói da pátria e até condecorado pelo presidente da república, o sportinguista Jorge Sampaio, o mesmo que se esqueceu da vitória portista em Gelsenkirchen.
Seis anos depois, após uma qualificação atribulada, mas em que deixou pelo caminho uma das selecções europeias com mais presenças em fases finais de mundiais – a Suécia –, Portugal chegou à África do Sul tendo de jogar naquele que, aquando do sorteio, foi designado como o “grupo da morte”. De facto, para além de uma das equipas asiáticas presente na prova, os “navegadores” tinham de defrontar o super Brasil e a Costa do Marfim, a qual possui jogadores do nível de Yaya Touré (Barcelona), Emmanuel Eboué (Arsenal), Kolo Touré (Arsenal), Salomon Kalou (Chelsea) e Drogba (Chelsea).
Seis anos depois, Jorge Andrade, Nuno Valente, Costinha, Rui Costa, Figo e Pauleta já arrumaram as botas, o FC Porto de Mourinho há muito que não existe e o onze base da equipa campeã nacional 2009/10 tinha apenas dois jogadores portugueses: Quim e Fábio Coentrão.
Seis anos depois, a selecção nacional superou a fase de grupos sem sofrer qualquer golo, tendo empatado com o Brasil, e sido eliminada pela Espanha nos oitavos-de-final. É mau?
Claro que é! Ainda por cima, a selecção portuguesa estava cheia de craques em grande forma (a começar pelo CR16 – esteve 16 meses sem marcar um golo na selecção) e perder com a Espanha, mesmo com um golo marcado em fora-de-jogo, é inadmissivel!
Aliás, toda a gente sabe que esta Espanha é uma equipa fraquinha... O facto de ser a actual campeã da Europa e de ter vencido os 10 jogos da fase de apuramento foi sorte...
E pior ainda, desta vez Portugal não cometeu a “proeza” de perder duas vezes com um “colosso” tipo Grécia e o seleccionador nem sequer tentou agredir ninguém...
Havendo quem entenda que tínhamos obrigação de ir mais longe e, inclusivamente, quem afirme que “tínhamos Selecção para ser campeã do Mundo” (Jorge Jesus, capa de A Bola de 01/07/2010), é preciso tomar medidas drásticas.
Tirar a braçadeira ao Ronaldo e meter as primas donnas na ordem?
Nããã! Correr com o Carloz Queiroz!
Não por acaso, os mesmos que andaram com o Scolari ao colo, já fazem manchetes com o salário milionário de Carlos Queiroz (o Scolari devia ser baratinho...) e clamam pelo seu despedimento, quiçá para fazer regressar o sargentão.
Eu tenho uma ideia melhor. Proponho que se contrate a Nossa Senhora de Caravaggio porque, olhando para a “matéria prima” de que Queiroz dispôs para este Mundial, o que Portugal precisava (precisa) para superar equipas como o Brasil, Espanha, Argentina ou Alemanha é de alguns milagres."
0 Atoardas:
Enviar um comentário
<< Home