MEIRIM VS. MANEL

Hoije, trago mais memóiras dos tempes de I Divisão do Farense, e mais especialmente, no primêre ane, 70-71, em que contratámos o "mestre" ManêldÓlivêra, vindo do Barrêre para trênar os novates de Fare.

Nesta parte, que cito directamente do Livro do Farense, entra num kiprókuó com outro das velhas raposas da bola nacional, o mái plémique Jaquim Meirim, que tem muitas estóiras dlissiozas com os Benjes e demais feteblistas desta vida, arrecordades por aí.

«Com o decorrer do campeonato, o Farense foi-se tornando quiçá o mais difícil obstáculo para equipas forasteiros. Logo à 3.ª jornada, recebeu outro grande do futebol nacional, o Belenenses. Como nos revela a revista “Flama” daquele tempo, o “match” decorreu sob atmosfera de grande rivalidade entre os treinadores dos dois grupos, Manuel de Oliveira e Joaquim Meirim.
O segundo, sempre polémico, havia desafiado o futuro, antevendo o Belenenses campeão. O primeiro, depois de ter visto, em Sevilha, o Bétis bater a turma do Restelo por 3-0, não se contivera e comentara: “Esta equipa poderá vir a ser muita coisa, mas nunca campeã nacional. Dizer isto é uma ofensa ao futebol português.”
Irritado com o comentário, o iracundo Meirim ripostara: “Gostaria que o sr. Manel, em vez de desperdiçar o seu tempo a dar opiniões sobre os colegas ou sobre as outras equipas, se preocupasse mais com a orientação do brioso Farense, que este ano investiu 2.825 contos e que precisa urgentemente que esse capital seja rentável.”
E foi neste ambiente de réplicas e tréplicas que o desafio Farense-Belenenses começou. O conjunto local venceu por 1-0, fazendo deste modo com que o Belenenses entrasse no seu “campeonatozinho”, como previra o capitão do Farense Atraca, de maneira chocarreira. Valdir constituiu a arma secreta do onze algarvio e Ernesto, aos 12 minutos do 1.º tempo, à entrada da área, pontapeou de forma imparável, fazendo descarrilar a equipa de Meirim. Este, contudo, reconheceu a derrota e tirou o chapéu ao vencedor; do mesmo modo que Manuel de Oliveira, magnânimo, não deixou de dar o seu a seu dono e de reconhecer mérito no grupo do Restelo.»

O engraçado da coisa é que o Belenenses, com tanto paleio do Meirim, haveria de ficar em sétime, e o Farense acabou em décime-primêre. Uma coisa é certa, tamém: nã foi por causa destes 2800 contos gastos há quáz córenta anes que o Farense está como está...