ESTORIAS DO ASULADO - NUMBARE 0001

(Ólhanence-Pertimenense, no Padinha, mid 80's)

Foi a primeira vez que vi espectadores de futebol escandalizados com linguagem num estádio, tudo por causa do vernáculo utilizado nas trocas de palavras (ou de berros, mais propriamente) entre o Manel Zéi e o Barão.

Os jogos amigáveis já costumam ser um bocado seca, mas este ultrapassou todas as expectativas. Já não sei precisar o resultado, mas acho que não passou de 0-0. Como o mais interessante do jogo estava a ser o diálogo entre o mister e o lateral-esquerdo, eu e mais dois amigos fomo-nos plantar mesmo por trás do banco do Portimonense, junto ao gradeamento.

Entretanto começaram as substituições (devem ter sido paí 6 ou 7 de cada lado), e lá ficámos a ouvir as indicações do Manel Zéi a quem ia entrar. Um dos meus amigos, que ainda hoje é o mais fanático da bola (e doente pelo Benfica), teve logo a ideia: «Vamos contar ao Carlos Silva!».

Lá fomos nós a correr até ao banco do Olhanense revelar o fruto da nossa espionagem. O mister rubro-negro nas duas primeiras vezes não ligou muita importância, mas entretanto foi vendo que as nossas informações se vinham a revelar correctas. Chegou a uma altura em que, cada vez que o Portimonense preparava uma substituição, ele já olhava para trás à espera que a gente chegasse com as tácticas adversárias.

(contribuição A-ZUL)