GOSTO DE QUASE TODAS AS PALAVRAS
Se há coisa que não tem faltado no Sporting, pelo menos de fora para dentro, é a capacidade de autocrítica e a flagelação permanente dos responsáveis. Só assim se percebe que no clube onde tanto se lamentou o abandono a que era vetado Paulo Bento na altura de falar das arbitragens, haja neste momento quem veja com idêntica desconfiança o facto de Costinha, o director-desportivo, ter assumido esse papel de peito feito, assim preservando o treinador e os jogadores.
As situações são, porém, muito diferentes. É verdade que Paulo Bento se lamentava com demasiada regularidade, mas a ideia que ficava era a de que o fazia do coração para a boca. Era só emocional. Já Costinha foi totalmente racional: fez uma declaração pensada, premeditada, como que a traçar um risco no chão. Fez política, ou não fosse conhecido como o Ministro. E levou o clube para um patamar diferente, mais metódico, onde as guerras não se esperam: provocam-se.
O problema da declaração de Costinha não é ter sido ele a fazê-la nem sequer o súbito abandono por parte do Sporting da política não-beligerante que só o coração de Paulo Bento ia contrariando. Tudo isso se percebe e aceita. O problema da declaração de Costinha foi o "casus belli".
É que, salvo melhor opinião, a reacção pareceu desproporcionada para o que acabara de se passar. Foi uma declaração certa na altura errada. E podia ser mais eficaz se, torneando a ânsia de mostrar serviço, o autor esperasse por uma noite em que tivesse mais razões de queixa.
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