BEM, NÃO VENHAS É TU PARA SELECCIONADOR...

A situação de que vou descrever foi mesmo incrível. O jogo da segunda mão do playoff, contra o Bahrain. De facto, ainda não consigo compreender o que aconteceu. Aos noventa minutos, marcámos o 2-1, o que nos dava uma vantagem no jogo e na eliminatória. Repito, aos noventa minutos. Não queiram saber, a festa dos jogadores, no banco, nas bancadas. Nunca ninguém imaginou que fosse possível o que aconteceu a seguir. Aos 93 minutos, grande possibilidade de golo, para fazermos o 3-1, não concretizada e na resposta, ataque do Bahrain, que a nossa defesa conseguiu desfazer, cedendo um canto.
Todos sentíamos que era a última jogada do encontro. Nós e os adversários. Quando o jogador do Bahrain se preparava para marcar o canto, o guarda-redes deles e um defesa, gritavam para o seu companheiro, pedindo-lhes que retardasse a marcação do pontapé de canto, desesperados, porque era a última possibilidade de empatar, de novo, o jogo. Corriam como loucos, do seu meio-campo para a nossa área. O mais incrível é que o jogador que tinha de marcar o canto, com receio que o árbitro terminasse com o jogo, não esperou pelos companheiros e, de repente, despejou a bola para a nossa área. Eles tinham apenas quatro jogadores na nossa área e incrivelmente, um deles marcou o golo. Nós tínhamos sete defesas e não conseguimos evitar o golo que nos eliminou, que nos atirou para fora do Mundial. Foi um desespero, uma das grandes desilusões da minha carreira. Mesmo incrível.