O ÚLTIMO DOS MORCAÍNOS (*)
* - misto de mouro, moícano, morcão, marroquino e ganda maluco
Tardou, mas não podia faltar aqui esta pequena homenagem, apesar de ele não me ter levado a Fortaleza. O homem da Vila Mirage, o amigo do Kramer (não confundir com o Jerry), vai deixar o futebol. Vencido nas eleições da AFA, e após algumas polémicas, garantiu que vai abandonar o futebol e dedicar-se ao golfe.
É um virar de página. Ele era um dos últimos representantes do típico dirigente futeboleiro dos anos oitenta. Misto de mecenas com Vale & Azevedo. Mas já sopravam ventos de mudança: Pimenta Marado foi à vida, o Major e o Jorgenune deixaram de ser intocaveis, Vale foi preso, o Rio e o Zé do Bzoro foram eleitos, a Delta aborreceu-se de injectar dinheiro no campomaiorelvas, e apesar do Manel João nunca ter contado nada (ou por isso mesmo?), o Pertimnense tem um presidente que (apesar de dizerem que na percebe assim muito de bola) é todo certinho e tá sempre a chorar pelo politicamente correcto, qual Padre Louçã da Rocha.
É o imaginário da década de 80 (e um bom pedaço da de 90) a ruir por completo. Sobre o arfante João Gomes, o meu amigo Xico diz que ele é o melhor presidente do Olhanense já teve ou que eventualmente poderia voltar a ter. Porquê? Simplesmente porque ele "Rebentava o dinheiro todo que tinha e não tinha com bons jogadores. Mas daqueles mesmo craques".
O Olhanense deve "apenas" a João Gomes a primeira subida à Divisão de Honra. E queria MESMO subir nesse ano, não precisou de pressões dos soices nem teve de esperar que os adversaires deitasem a toalha ao chão. Aquele finalzinho a ir ganhar a Campo Maior e a Alverca foi mesmo à homem. À João Gomes. E dois ou três anos antes já havia apostado tudo na subida à 1ª Divisão, na antiga 2ª Divisão. Com direito a t-shirt "Agora ou Nunca" e tudo.
Como já referi, ele não me levou ao Brasil, mas é responsável pelas melhores recordações que tenho do Olhanense quando era puto. Mas não sou só eu. Os olhinhos do ademir-alcantara-vaca brilham quando lhe falam daquela célebre linha avançada (Horácio, Tó Manel, César e ainda António "arvela" Costa no banco) que quase nos levou à 1ª Divisão (e, desculpa lá ó Palserge, mas aquilo é que era futebol de encher o olho, nada de realismos com 2 trincos e sem médios-ala); há pessoas em Olhão que, de repente, ficam imoveis a dar quebrante ao infinite quando se fala no primeiro golo do César nos 5-1 ao Louletano do Tonanha (sim, o original mesmo, aquele miguel fallabela com bigodinho); tenho um amigo todo bétinhe que, de repente, perdemo-lo de vista no jogo que ganhámos ao Estoril no Carnaval de 1989... onde estava? Em cima da rede, a bandear no arame farpado que o Tó "Ciclope Algarvio" Manel abanava após marcar o golo da vitória largos minutos depois da hora e após longo jejum de golos; o azulado delira nos camarotes quando lhe falam do Jaiminho ao mesmo tempo que saliva com a associação mental duma daquelas bolas de berlim sem creme que são vendidas na ilha;
O mundo mudou após o 11 de Setembro, e agora o futebol está a mudar desta maneira. How, the Humanity...
Tardou, mas não podia faltar aqui esta pequena homenagem, apesar de ele não me ter levado a Fortaleza. O homem da Vila Mirage, o amigo do Kramer (não confundir com o Jerry), vai deixar o futebol. Vencido nas eleições da AFA, e após algumas polémicas, garantiu que vai abandonar o futebol e dedicar-se ao golfe.
É um virar de página. Ele era um dos últimos representantes do típico dirigente futeboleiro dos anos oitenta. Misto de mecenas com Vale & Azevedo. Mas já sopravam ventos de mudança: Pimenta Marado foi à vida, o Major e o Jorgenune deixaram de ser intocaveis, Vale foi preso, o Rio e o Zé do Bzoro foram eleitos, a Delta aborreceu-se de injectar dinheiro no campomaiorelvas, e apesar do Manel João nunca ter contado nada (ou por isso mesmo?), o Pertimnense tem um presidente que (apesar de dizerem que na percebe assim muito de bola) é todo certinho e tá sempre a chorar pelo politicamente correcto, qual Padre Louçã da Rocha.
É o imaginário da década de 80 (e um bom pedaço da de 90) a ruir por completo. Sobre o arfante João Gomes, o meu amigo Xico diz que ele é o melhor presidente do Olhanense já teve ou que eventualmente poderia voltar a ter. Porquê? Simplesmente porque ele "Rebentava o dinheiro todo que tinha e não tinha com bons jogadores. Mas daqueles mesmo craques".
O Olhanense deve "apenas" a João Gomes a primeira subida à Divisão de Honra. E queria MESMO subir nesse ano, não precisou de pressões dos soices nem teve de esperar que os adversaires deitasem a toalha ao chão. Aquele finalzinho a ir ganhar a Campo Maior e a Alverca foi mesmo à homem. À João Gomes. E dois ou três anos antes já havia apostado tudo na subida à 1ª Divisão, na antiga 2ª Divisão. Com direito a t-shirt "Agora ou Nunca" e tudo.
Como já referi, ele não me levou ao Brasil, mas é responsável pelas melhores recordações que tenho do Olhanense quando era puto. Mas não sou só eu. Os olhinhos do ademir-alcantara-vaca brilham quando lhe falam daquela célebre linha avançada (Horácio, Tó Manel, César e ainda António "arvela" Costa no banco) que quase nos levou à 1ª Divisão (e, desculpa lá ó Palserge, mas aquilo é que era futebol de encher o olho, nada de realismos com 2 trincos e sem médios-ala); há pessoas em Olhão que, de repente, ficam imoveis a dar quebrante ao infinite quando se fala no primeiro golo do César nos 5-1 ao Louletano do Tonanha (sim, o original mesmo, aquele miguel fallabela com bigodinho); tenho um amigo todo bétinhe que, de repente, perdemo-lo de vista no jogo que ganhámos ao Estoril no Carnaval de 1989... onde estava? Em cima da rede, a bandear no arame farpado que o Tó "Ciclope Algarvio" Manel abanava após marcar o golo da vitória largos minutos depois da hora e após longo jejum de golos; o azulado delira nos camarotes quando lhe falam do Jaiminho ao mesmo tempo que saliva com a associação mental duma daquelas bolas de berlim sem creme que são vendidas na ilha;
O mundo mudou após o 11 de Setembro, e agora o futebol está a mudar desta maneira. How, the Humanity...
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