Há particularidades de tornam alguns campos de futebol do Algarve únicos. Quando joguei futebol existia sempre uma enorme expectativa quando o clube jogava fora! Como seria o estádio da outra equipa?!
No meu clube, o Alvorense, não tínhamos razões de queixa. O campo da Restinga (na altura pelado) ficava mesmo à frente da Praia do Alvor, onde o treinador até tinha um barzito de sumos naturais. Cenário perfeito...
Recordo-me de uma visita ao campo do Monchiquense. A nossa subida de divisão estava quase garantida e até conseguimos fazer deslocar um claque de 50 elementos, pintados de vermelho! Assistiram ao jogo num "3º anel", que era um monte cuja perspectiva nos dá a sensação de estar mesmo em cima do campo! Para os jogadores, lá em baixo, era uma alegria jogar com as bolas do Monchiquense! A ganhar por 6-0, com as bolas fornecidas pelo clube da casa, era só vê-las saltar a vedação do campo para alegres e saltitantes descerem as encostas da serra!
O Aljezurense não era muito diferente. Com a diferença de não existir o "3º anel". No meio daquele pinhal era, de facto saudável praticar desporto!
Fui também ao campo do Vila do Bispo (empatámos 1-1, com imensa sorte). Recordo-me de um lance em que o nosso adversário corria isolado para a baliza com a bola a saltar. Fez o chapéu, a bola sobrevoou o guarda-redes, bateu no chão e em vez de entrar na baliza deserta foi bater na barra. Quando voltou para trás caíu direitinha nas luvas do goalkeeper! O campo era simpático, mas o pelado tinha uma estranhíssima côr cizenta!
No Odeárexe, algures entre Portimão e Lagos, uma das balizas ficava mesmo junto à EN125, na era pré Via do Infante! Balneários mais pequenos que uma caixa de fósforos e um treinador que tinha feito carreira no futebol: o ex árbitro Francisco Silva!